A corajosa jornalista Larissa Lopes. |
Como
Mulher, Filha, Irmã, Mãe, Avó e profissional de Imprensa tenho o maior orgulho
de postar no meu blog a grande demonstração de coragem de Larissa Lopes, essa
menina/mulher de apenas 25 anos.
Larissa
Lopes, que já é considerada uma grande jornalista pela responsabilidade com que
trata sua profissão é minha maior e melhor amiga, minha companheira e parceira
de profissão. Quero com essa postagem homenagear todas as mulheres.
Esse
texto escrito por essa menina corajosa
que não colocou seu problema debaixo do tapete por vergonha é a maior prova que
a Lei Maria da Pena é uma realidade e que a justiça a faz valer.Parabéns pela
coragem de se expor para alertar outras mulheres.
Caras amigas,
Chegou mais um Dia Internacional da
Mulher, e hoje eu quero fazer uma homenagem diferente à todas esses guerreiras
disfarçadas de mães, filhas, tias, irmãs, avós, esposas, namoradas, amantes,
amigas...
Eu quero falar, do fundo do meu coração,
a toda e a cada mulher que assim como EU, LARISSA MARIA LOPES ALVES, já foi
vítima da agressão masculina. Saiba que, infelizmente, nós não estamos sozinhas
nesse cenário, uma a cada cinco mulheres do nosso país confessa que já foi
vítima da brutalidade de algum homem, tendo o machismo e o alcoolismo como os
fatores mais instigantes para tais agressões, e cerca de 80% dos casos de
assassinato de mulheres é cometido por companheiros ou ex companheiros.
Até quando vamos admitir essa situação?
Quantas de nós ainda vai sofrer desse mal? Não podemos deixar que isso ocorra,
não podemos nos calar e deixar impunes esses trogloditas, que se utilizam da
força para querer impor uma inexistente superioridade dominante, sob nenhuma
hipótese podemos aceitar qualquer tipo de agressão física ou verbal vinda de um
homem. Queria muito dizer a vocês, que é fácil se livrar de um homem enfurecido
ou convencê-lo a não nos bater quando estão tomados por esse desejo, mas não é,
realmente é muito difícil e extremamente doloroso, pois cada pancada que abala
nosso corpo e nosso rosto, uma maior transcorrer em nosso coração, por saber
que aquele ato degradante está sendo cometido por um ser deplorável que até
outra ora foi julgado como amor. Mas aí você compreende, ao olhar cada marca
roxa surgida em sua pele, que o amor não faz isso, o que faz isso é a
estupidez, a fúria e a real personalidade existente no outro.
É nessa hora que devemos nos fortalecer,
mesmo que as lágrimas estejam lavando nosso rosto, mesmo que estejamos nos
sentindo humilhadas e com medo, não podemos deixar pra lá e acabar acobertando
esses marginais. Temos sim é que procurar a polícia, relatar o ocorrido e nos
valer da Lei Maria da Penha, por mais constrangedora que pareça a situação, é
preciso agir para não acobertarmos esses atos de violência, não podemos correr
o risco de uma segunda vez, um agressor não merece uma segunda chance. Não é
vergonha ser agredida, vergonha é não denunciar e assim subitamente aceitar que
tudo possa se repetir, seja conosco ou com outra mulher, pois um homem que tem
coragem para bater numa mulher, tem a mesma coragem pra bater em qualquer uma.
Nesse dia de hoje, onde, nós da classe
feminina, temos tantas vitórias para comemorar e tanto do que nos orgulhar,
vamos encarar essa triste realidade que nos cerca, vamos lutar com todas as
nossas armas, seja por nós ou por uma amiga. Vamos dar um basta a violência
contra a mulher, vamos agir para combater esses atos que, quero frisar, não
escolhem cor, raça, classe social ou classe econômica, é um mal existente em
todas as áreas da sociedade.
Fui vítima e sofri muito, tanto pelo
fato ocorrido comigo quanto pelos comentários surgidos depois e também por ver
algumas pessoas coniventes, na maioria homens é claro, com meu agressor,
inclusive ao chegarem ao ponto de me pedirem para “deixar pra lá”. Mas nada me
abalou ou me intimidou, pois minha indignação sempre foi maior que qualquer dor
sentida. Tanto a justiça divina quanto a dos homens, tem me dado a proteção que
preciso para continuar lutando por mim e por outras mulheres que precisem. Nos
casos de Maria da Penha, a justiça comumente concede uma medida protetiva às
vítimas, comigo não foi diferente, ela garante que meu agressor não se aproxime
200 metros de mim e nem tente manter nenhum tipo de contato, podendo implicar
na prisão do indivíduo caso seja descumprida. O que é bastante reconfortante
para que possamos seguir normalmente com nossas vidas sem medo de que ele volte
a nos agredir. Sempre que precisei usar a polícia foi muito solicita e rápida
em minha defesa, exceto uma única vez em que uma certa pessoa tomou as dores
dele e interviu na ação policial. Mas ergui a cabeça e não me intimidei, pois
sei que em quanto um ou outro é complacente com esse ser desprezível, tenho
centenas de pessoas rezando por mim e que ao meu lado também querem que a
justiça seja feita.
Tenho consciência de que essa minha
declaração me expõe ao extremo, mas, antes de mais nada, como profissional de
imprensa que sou, sei que também irá encorajar muitas mulheres a se defender.
Quero aproveitar e me dispor para conversar ou mesmo orientar qualquer mulher
que venha a ser vítima. Podem me procurar, estou disponível para ajudá-las como
puder.
Feliz Dia Internacional da Mulher.
Com carinho,
Larissa Lopes.
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